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sábado, 1 de novembro de 2008

A LEBRE E A TARTARUGA


Algumas coisas em nossas vidas acontecem de forma inesperada e rápida, outras com uma lentidão angustiante.
Rapidamente vi os anos de minha juventude passando, mas levou uma eternidade para eu aceitar que eles haviam-se ido.
Demorou um tempo enorme para meus filhos crescerem e amadurecerem, em compensação os netos chegaram tão rapidamente quanto a partida dos meus dias de menina.

Quando eu tinha 15 anos, cada dia se arrastava como se houvesse correntes presas a meus pés, e ainda ontem percebi que mais um ano se passou, e mal tive tempo de olhar o calendário.
Meu aniversário que outrora esperava com tanta ansiedade, e levava séculos para chegar, hoje chega de repente por mais que eu tente nele não pensar.

Ainda outro dia descobri que a tecnologia é uma coisa fabulosa, e antes que me desse conta de como lidar com ela, meu computador já era obsoleto.
Passavam meses antes de termos conhecimento do que acontecia do outro lado do mundo, hoje sei o que a rainha da Inglaterra tomou no seu café da manhã.
Meditando sobre a velocidade com que passamos por esta vida, fez-me lembrar de uma estória que na infância eu sempre lia nas Fábulas de Esopo, a lebre e a tartaruga.
Levei mais de quarenta anos para entender o velho ditado “devagar se vai ao longe”, e hoje em dia, quando vejo a pressa que as pessoas têm em vencer a qualquer preço, penso que elas não tiveram tempo sequer de saborear um livro de fábulas.
O tempo era para mim um aliado, passei grande parte dele fazendo projetos e construindo castelos na areia. Hoje o vejo passar por mim em uma velocidade estonteante, e percebo que continuo alisando as paredes do castelo, com a diferença que hoje as pequenas mãos de meus netos me ajudam a edificá-lo, dando-me sugestões de como torná-lo mais forte e seguro, em uma sabedoria simplória que só uma criança pode ter.
Insisto em contar-lhes sobre a presunção da lebre veloz e a sensatez e calma da pequena tartaruga, para compreenderem que, terão na vida muitas corridas, e o importante é seguir em frente, ainda que outros ultrapassem, não tem importância, continuem em seu ritmo, rápida ou mais vagarosamente, e importante não é chegar antes, mas chegar bem ao seu destino.
Tempo... O tempo se esvai como a areia na ampulheta, e nada há que possamos fazer para retardá-lo, que assim seja então, um “viva” ao tempo que passou, deixando no ar um sabor suave de recordação... Um “viva” ao tempo que virá, pois este saberei saborear minuto a minuto.

11 Comentários:

  • Esta muito boa esta crônica amiga... parabéns

    Por Blogger Unknown, às 1 de novembro de 2008 às 11:57  

  • Amiga, adorei sua descrição do tempo.
    Cada um de nós tem o tempo determinado e administramos bem esse tempo.
    Linda amiga sua crônica!
    Parabéns!
    Deus te abençoe.
    Beijos.

    Por Blogger Ana Maria, às 1 de novembro de 2008 às 12:30  

  • "È isso aí,o passado já passou,o
    futuro virá,então que lindo,leve,solto e..colorido!

    Por Blogger Mariangela Bernabei, às 1 de novembro de 2008 às 13:50  

  • Oi ,Cristiane gostei do seu blog e sua crônica e 10, bjs sucesso
    Fatima Reis.

    Por Blogger Fatima Reis, às 1 de novembro de 2008 às 15:02  

  • lindo artigo!!!!o passado e otimo m ajuda a viver....o futuro kero k seja de 1 segungo!!!!!

    Por Blogger maria tereza, às 1 de novembro de 2008 às 16:41  

  • O tempo nunca passa, nós que vamos passando pela vida, nos fazemos o tempo andar rápido ou demorado,podemos escolher viver intensamente a cada momento,ou perder tempo em bobagens. O tempo é uma medida criada pela modernidade, podemos aceitar ou mudar.O aprendizado é o resultado de nossa passagempela vida, e você soube captar muito bem tudo isso,como naquele filme "O feitiço do tempo".

    Por Blogger Unknown, às 2 de novembro de 2008 às 12:06  

  • olá amiga,grande observaçao sobre o onten e hoje!vamos guardar,as boas recodaçoes,tomar como experiência as ruins e com sertesa nossa posteridade, estaram falando deste msmo assunto em algun momento de suas vidas...

    Por Blogger Parceiros inseparaveis, às 4 de novembro de 2008 às 04:51  

  • “Devagar se vai ao longe”Cris tambem sinto assim...
    Passou a ansiedae da juventude onde tudo se faz pressa. E depois da calma estabelecida que aprendemos no caminho da vida, ficamos mais "aninhados" de Ninho...vamos dizer assim! Beijos, adorei sua crônica.

    Por Blogger Unknown, às 5 de novembro de 2008 às 04:09  

  • Lindo texto Cris! Talvez esse "devagar" de hoje seja muito melhor,pode ser saboreado sem pressa e sem a sofreguidão da juventude.E é tão bom descobrir isso à tempo não é?? Beijos amiga!

    Por Blogger Maria Ercília, às 5 de novembro de 2008 às 12:37  

  • Percebo que continuo alisando as paredes do castelo, com a diferença que hoje as pequenas mãos de meus netos me ajudam a edificá-lo, dando-me sugestões de como torná-lo mais forte e seguro, em uma sabedoria simplória que só uma criança pode ter.
    PRECISO TE DIZER O QUE MINHA AMIGA?
    SEM COMENTÁRIOS.
    AMEI!!
    BEIJOS..

    Por Blogger Corina, às 11 de novembro de 2008 às 08:46  

  • Querida Cristiane, suas sempre memoráveis crônicas.
    Parabéns!

    Por Blogger Denise Moraes, às 19 de novembro de 2008 às 13:55  

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