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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

LIÇÕES DE UMA TRAGÉDIA

Temos visto nos últimos tempos, tragédias inomináveis pelo mundo, tufões, terremotos, enchentes, calamidades onde a natureza tem mostrado sua ira pelo pouco cuidado que a humanidade tem tido por ela, assistimos atônitos a tamanha devastação e um sentido de impotência nos oprime.
Porém quando estes fatos acontecem em nosso país, como esta acontecendo agora em Santa Catarina, estamos praticamente dentro do desastre, e neste momento é que descobrimos e nos comovemos com a solidariedade que existe dentro de uma nação, aonde somos todo um só povo.
É triste ter que encarar tamanha calamidade, ver nossos irmãos completamente desprovidos de qualquer bem material, sem nenhum teto para se abrigar, sem nenhum alimento, ou agasalho para se proteger do frio e da chuva que insiste em castigar.
Ao mesmo tempo, ficamos comovidos em assistir toda esta nação se mobilizar para acudir aquela gente desolada.
A única coisa que me entristece em tudo isso, é que somente nas tragédias vemos as pessoas se solidarizando, sendo que temos tragédias diárias em nosso país, e uma imensa necessidade de mais ajuda aos tantos desabrigados que vivem ao nosso redor, em praças públicas ou em baixo de marquises de edifícios.
Certo seria que não precisássemos ter uma catástrofe para socorrer o nosso próximo, se separássemos sempre um pouco do que nos sobra para auxiliar um necessitado.
Porém, mesmo sendo desta maneira triste, é muito lindo presenciar o modo como cada um de nós, tenta colaborar.
É certo que as maiores lições, aprendemos na adversidade, assim, espero que dentro do coração de cada brasileiro que esta noite dormirá sob uma cama seca e quente, fique algum ensinamento, para que não nos esqueçamos dos menos favorecidos, também nos dias em que o sol brilha forte.

sábado, 1 de novembro de 2008

A LEBRE E A TARTARUGA


Algumas coisas em nossas vidas acontecem de forma inesperada e rápida, outras com uma lentidão angustiante.
Rapidamente vi os anos de minha juventude passando, mas levou uma eternidade para eu aceitar que eles haviam-se ido.
Demorou um tempo enorme para meus filhos crescerem e amadurecerem, em compensação os netos chegaram tão rapidamente quanto a partida dos meus dias de menina.

Quando eu tinha 15 anos, cada dia se arrastava como se houvesse correntes presas a meus pés, e ainda ontem percebi que mais um ano se passou, e mal tive tempo de olhar o calendário.
Meu aniversário que outrora esperava com tanta ansiedade, e levava séculos para chegar, hoje chega de repente por mais que eu tente nele não pensar.

Ainda outro dia descobri que a tecnologia é uma coisa fabulosa, e antes que me desse conta de como lidar com ela, meu computador já era obsoleto.
Passavam meses antes de termos conhecimento do que acontecia do outro lado do mundo, hoje sei o que a rainha da Inglaterra tomou no seu café da manhã.
Meditando sobre a velocidade com que passamos por esta vida, fez-me lembrar de uma estória que na infância eu sempre lia nas Fábulas de Esopo, a lebre e a tartaruga.
Levei mais de quarenta anos para entender o velho ditado “devagar se vai ao longe”, e hoje em dia, quando vejo a pressa que as pessoas têm em vencer a qualquer preço, penso que elas não tiveram tempo sequer de saborear um livro de fábulas.
O tempo era para mim um aliado, passei grande parte dele fazendo projetos e construindo castelos na areia. Hoje o vejo passar por mim em uma velocidade estonteante, e percebo que continuo alisando as paredes do castelo, com a diferença que hoje as pequenas mãos de meus netos me ajudam a edificá-lo, dando-me sugestões de como torná-lo mais forte e seguro, em uma sabedoria simplória que só uma criança pode ter.
Insisto em contar-lhes sobre a presunção da lebre veloz e a sensatez e calma da pequena tartaruga, para compreenderem que, terão na vida muitas corridas, e o importante é seguir em frente, ainda que outros ultrapassem, não tem importância, continuem em seu ritmo, rápida ou mais vagarosamente, e importante não é chegar antes, mas chegar bem ao seu destino.
Tempo... O tempo se esvai como a areia na ampulheta, e nada há que possamos fazer para retardá-lo, que assim seja então, um “viva” ao tempo que passou, deixando no ar um sabor suave de recordação... Um “viva” ao tempo que virá, pois este saberei saborear minuto a minuto.